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Formação
para pais: Estratégias para optimização
das tarefas parentais |
"As
nossas crianças dão-nos a oportunidade
de nos transformamos nos pais e professores
que sempre desejámos ter."
Louise Hart |
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O
quotidiano de maior parte das pessoas, hoje
em dia, é preenchido com uma grande variedade
de tarefas e actividades, um lufa-lufa constante
entre o emprego e as obrigações,
uma luta interminável para ter acesso
aos mais diferentes bens de consumo que permitam
um, suposto, melhoramento da qualidade de vida.
Afinal de contas, todos queremos o melhor para
nós e para os nossos filhos - "não
quero que passe pelas dificuldades pelas quais
eu passei". Todo este estilo de vida concorre,
no entanto, para uma organização
familiar muito vulnerável, uma vez que
a qualidade das relações, no núcleo
da família, são postas em causa,
por indisponibilidade horária, ou por
indisponibilidade emocional, consequente de
um horário arrasador. Daqui poderão
surgir, como consequência directa ou indirecta,
problemas comportamentais nas crianças,
expressos, muitas vezes, em agressividade, isolamento,
ou fracasso escolar.
Deste quadro emergem, nos pais, questões
importantes: Será que serei um bom pai/mãe?
Será que tenho capacidade para ser um
bom pai/mãe? O que poderei fazer para
melhorar o meu desempenho como pai/mãe?
Será que o meu filho tem problemas por
minha causa? |
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É
com intenção de dar resposta a
estas questões, dando instrumentos aos
pais para lidarem com a sua situação
parental, que têm vindo a ser dinamizadas
acções de formação
para pais e educadores, uma vez que é
manifesto o desejo de muitos para melhorarem
o seu desempenho como pais.
Como forma de compreender melhor todas estas
questões ligadas às tarefas parentais,
bem como, a natureza e objectivos das formações
para pais e educadores, foi realizada uma breve
entrevista coma Dra. Celina Coelho Almeida*,
directora clínica da INSIGHT - Psicologia
e Recursos Humanos (Clínica sediada em
Lisboa, com consultório em Leiria), que
organizou, recentemente uma formação
para pais e educadores sob a designação:
Curso de Educação Emocional para
Pais. |
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De
uma forma funcional, aceita-se que ser pai/mãe
pressupõe a capacidade para cuidar fisicamente
e emocionalmente (disponibilidade para a relação,
saber ouvir, dar espaço para a criança
se saber exprimir e ajudá-la a compreender
os seus sentimentos, saber pôr limites,
.) e ter um projecto de vida para a criança
e com a criança. Mas, segundo afirma
a Dra. Celina Almeida, algo mudou na envolvente,
facto que se reflecte na própria dinâmica
familiar. Estas mudanças prendem-se,
fundamentalmente com, um incremento no conhecimento
da personalidade e funcionamento emocional das
crianças; um estilo de vida que diminuiu
o tempo de relação entre a família
e aumentou o consumo imediato; e, também,
os direitos das crianças que são
em maior número e com maior visibilidade.
O que se observa, no entanto, é que,
se por um lado, os direitos das crianças
são em maior número e existe mais
informação científica acerca
do seu mundo interior, factos que aumentam a
responsabilização dos pais no
processo educativo e na qualidade de relação
com os seus filhos, por outro lado, o estilo
acelerado de vida serve como factor desculpabilizante
de abandono emocional e físico das crianças,
que acabam por ser entregues às escolas
e ATLs. Esta situação conduz,
finalmente, a um aumento de sentimento de culpabilização
dos pais, que se tentam redimir através
da compra, por vezes descontrolada, de bens
materiais, como forma de compensar as suas falhas.
Daqui depreende-se que há uma capacidade
dos pais para serem bons pais, no entanto, pelo
estilo de vida que levam, há um conflito
de interesses entre as obrigações
profissionais e as obrigações
educativas. Neste conflito, pelo seu carácter
imediato, triunfam, com frequência as
obrigações profissionais, ficando
as tarefas educativas proteladas para "melhores
dias". |
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Independentemente
dos conhecimentos de psicologia ou pedagogia,
é um facto, hoje em dia, que os compromissos
profissionais são de extrema impotância.
Como é possível, então,
coordenar o estilo de visa actual com as tarefas
educativas dos filhos?
A
este respeito, a Dra. Celina Almeida não
tem dúvidas em afirmar que um dos grandes
contributos da Psicologia tem sido o de demonstrar
a necessidade de uma relação significativa
com pelo menos um cuidador (geralmente o pai
ou a mãe). Será, portanto, a qualidade
dessa relação que irá proporcionar
grande parte do equilíbrio emocional
da criança. Desta forma, um adulto emocionalmente
saudável tem as condições
básicas para poder estabelecer um vínculo
significativo com a criança e, portanto,
promover nesta um bom equilíbrio emocional
futuro. "No entanto, pode sempre melhorar as
suas performances através de boas leituras
e formações específicas
feitas por psicólogos.", acrescenta a
psicoterapeuta. É também importante
para os pais se disponibilizarem a procurar
ajuda especializada sempre que a criança
apresente sintomas de que algo não está
bem. "Curiosamente, os pais vão a correr
para um pediatra sempre que a criança
tem febre, e resistem sempre ou nem sequer recorrem
a um psicólogo quando, por exemplo, a
criança não tem amigos e isola-se
muito", refere, ainda, a Dra. Celina Almeida.
É,
portanto, no espaço entre o estilo de
vida quotidiano e obrigações parentais
que se revela o valor das formações
para pais, uma vez que têm como objectivo,
segundo revela a Dra. Celina Almeida, dar oportunidade
aos pais para aprenderem como é que os
filhos se desenvolvem emocionalmente, que tipos
de comportamentos e de angústias são
de esperar, tendo em conta a idade da criança,
bem como, dar espaço para os pais aprenderem
a ler alguns dos sintomas que apontam para o
mal-estar da criança.
"E,
já agora, que finalmente o conceito de
Inteligência Emocional entrou nos nossos
quotidianos, chegou a altura de passarmos da
teoria à prática: ajudar os pais
a desenvolver o QE dos seus filhos", refere
a psicoterapeuta. Neste processo a formação
específica e aprofundada que os psicólogos
têm acerca do desenvolvimento humano é,
sem dúvida, imprescindível.
De
facto, a Dra. Celina Almeida considera que para
melhorar o desempenho dos indivíduos
como pais, várias são as coisas
a fazer, no entanto, é fundamental para
um(a) pai/mãe saber ouvir, bem como,
estabelecer limites. Relativamente a este assunto,
a psicoterapeuta refere mesmo "Não os
deixe fazer tudo só porque ele fez uma
birra descomunal, ou porque essa é a
tendência actual da sociedade. Diga NÃO
com segurança, sem sentimentos de culpa
e permita que ele fique zangado ou até
triste. Não é a eliminação
dos sentimentos negativos que fazem uma criança
emocionalmente saudável, mas antes, a
sua gestão e equilíbrio com todos
os outros sentimentos". |
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*Dra.
Celina Coelho Almeida é Psicóloga
Clínica, exercendo funções
de Directora Clínica da INSIGHT - Psicologia
e Recursos Humanos; Psicoterapeuta/Ludoterapeuta
; e formadora na área de Psicologia.
(Contacto: Tel,:244826420 ou www.insight.pt)
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Para
duvidas e/ou observações:
Eduardomonteiro@insight.pt |
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