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Os 7 Pecados Mortais
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Avareza
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Por
Dr. Vasco Catarino Soares |
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IN Nº 17 de Janeiro 2006 |
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Avaro.
Forreta. Unhas-de-fome. Mão-de-finado.
Sovina. Mão-de-vaca. Mesquinho. Miserável.
Somítico. Pão duro. Todos estes
qualitativos são extremamente úteis
a que tem que enfrentar, por alguma perversão
do destino, um conhecido ou familiar, que adora
(sem reservas morais) guardar, reter ou acumular.
Seja ele o que for. Dinheiro, comida, informação,
pioneses ou afecto. O que for.
Só que esta é sempre uma estória
que tem um início triste. E normalmente
não tem nada que ver com falta de dinheiro.
Ou por outra, não é, directamente,
um início de vida de privação
de bens materiais que leva alguém a ser
forreta. O que faz com que alguém tenha
uma necessidade desmedida de não gastar
tostão é uma falta, uma carência,
mas de tonalidade afectiva e não material.
Ok! Lá estão vocês a dizer
que é conversa da treta e que é
como o Povo reza: “O que não se come
em chibo come-se em bode”. Como quem diz: quando
há faltas materiais em pequeno, guarda-se
o mais que se pode em adulto. A lógica
até nem é má de todo -
o medo de passar pelas privações
do passado levava estas pessoas a prevenir-se.
O ponto de vista é que é superficial.
Não é a privação
material que assusta. O que mete mesmo muito
medo é o deserto afectivo. É imaginar
e sentir que não há alma neste
mundo que goste, que ame ou se preocupe connosco.
Este é o horror dos horrores. Qual sexta-feira
13! Qual exorcista!
Mas ao contrário dos contos de fadas,
em que depois de várias tragédias
e começos infelizes, tudo acaba bem,
aqui o fim pode ser ainda mais triste, e sem
recuperação afectiva. |
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Também
é certo que um bom mão-de-vaca
tem-se na consideração de pessoa
sábia e precavida; um bom gestor para
os tempos difíceis (minimiza os gastos
e junta todos os cêntimos). E na sua lógica
distorcida - e isto é capaz de o jurar
a “cascos” juntos - os tempos são sempre
de crise.
Esquecendo as razões mais profundas e
observando o comportamento sensível (segundo
a tradição filosófica),
apresentam-se três formas de avareza:
a descarada, a mascarada e a musica pimba.
A descarada, encontramos, por exemplo, naquele
tio afastado que junta todo o tipo de tralha
inútil, tipo canetas Bic sem tinta ou
lâmpadas fundidas. Ou na prima Augusta
que vive numa mansão com aquecimento
em todos os quartos, mas que teima em não
o ligar antes do natal, mesmo que esteja toda
a gente a bater o dente e com duas estalactites
no nariz. Ou ainda no Presidente da Junta de
Pardiola Velha, que num belo dia se lembrou
de desligar o motor do automóvel para
poupar gasolina, trancou a direcção
do veículo e foi espetar-se no galinheiro
da Ti Zea. Lembro-me de um tipo que comia com
o prato dentro da gaveta para poder fechá-la
e não ter que oferecer se algum inoportuno
(vulgo chato) aparecesse à hora das refeições.
A segunda, consiste em casos como o do gerente
que oferece um automóvel à “competente”
secretária, mas sem combustível,
porque está pela “hora-da-morte”. O supra-sumo:
oferecer roupas para obras de caridade, mas
não sem antes ter tirado todos os botões
(“Para uma eventualidade, sei lá...”).
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A
musica pimba é a mais grave das formas,
porque pode sempre fazer-se melhor. Poupa-se
muito na qualidade. E não me digam que
é por incompetência.
Sabem que mais? Já estou a gastar muitas
palavras. Não levam nem mais um ponto
final. |
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Dr.
Vasco Catarino Soares
Psicólogo Clínico, Neuropsicólogo
Clínico, Docente Universitário
Director INSIGHT – Psicologia
vascosoares@insight.pt |
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